segunda-feira, 12 de março de 2012

Pulp Fiction (1994)

Para a "alegria" do amigo Almir, chegou a hora de falar sobre um de meus filmes preferidos, de um de meus diretores preferidos: Pulp Fiction (me recuso a usar o subtítulo em português "Tempo de Violência" - aliás, algum dia quero falar sobre os nomes ridículos em português). Goste ou não, é fato que esse filme (na verdade, Cães de Aluguel, que saiu antes, mas não fez tanto sucesso - na época) "inaugurou" um conceito novo de filmes, misturando comédia, ultraviolência e "cultura" pop em doses cavalares, além de uma certa liberdade na maneira de contar a história (seja ela temporal, como em Pulp Fiction, ou até de gênero, como Um Drink no Inferno).

Em uma época (início dos anos 90) onde a grande novidade do cinema eram os efeitos visuais, associados a um certo "tradicionalismo" na maneira de contar a história - outros concorrentes ao Oscar daquele ano foram  Forrest Gump e, veja você, Um Sonho de Liberdade, outro filme ótimo - Pulp Fiction quebrou as "regras" do cinema, focando novamente em uma história inovadora - quem lê o blog já sabe que esse é meu ponto fraco - e em um jeito ainda mais inovador de contá-la. A sequência de eventos, a trilha sonora, as "homenagens", de faroeste a kung fu, de filmes B a musicais, tudo forma uma experiência única e muito diferente (pelo menos no conjunto) do que assistíamos na época.

Lembro de ir ao cinema com vários amigos assistir a Pulp Fiction. Primeiro ano de faculdade, a gente ia basicamente assistir a qualquer coisa que se dignasse a chegar aos cinemas da metrópole de São José dos Campos. Sem internet, era até meio difícil (e porque não dizer, mais surpreendente) saber o que esperar dos filmes antes de assisti-los. A surpresa foi enorme, e lembro que eu e mais um ou dois gostaram do filme, os demais odiaram. Mas era impossível ficar indiferente.

A trilha sonora vale uma menção à parte. Foi a primeira vez que comprei um CD de trilha sonora na vida (pois é, na época em que se compravam CDs...), e lembro que cansei de ouvir. Ao contrário das trilhas normais, que têm 3 ou 4 músicas batidas e um monte que não toca no filme, só completando o CD, essa era realmente legal. E por serem músicas obscuras, você sempre vai associar aquela música à cena em que toca:


Nem falei do filme em si: dois mafiosos ficam responsáveis por cuidar da mulher do chefe enquanto ele viaja. E aí acontece de tudo. Fora da ordem. :-)

Com o tempo, alguns desses maneirismos foram se repetindo e até cansando, até que o próprio Tarantino se livrou de alguns deles em seus filmes mais recentes (mas não de todos...), especialmente Bastardos Inglórios. Mas o primeiro filme do Tarantino que você assiste, nunca esquece.

Nota: 9,4 (7o. na minha lista de filmes preferidos)

PS: Notando agora, não foi uma homenagem, mas esse post parece um filme do Tarantino: bagunçado, sem muita lógica, até difícil de acompanhar. Espero que esteja comparável em conteúdo também...

PS2: Esqueci de 2 das melhores coisas do filme: John Travolta e Samuel L. Jackson. :-) Só ter ressucitado esses caras já vale o filme...

4 comentários:

  1. Levou muitos anos pra eu sacar o Tarantino... depois que consegui entender que o que ele faz é sátira, comédia, aí comecei a apreciar... E também acostumei a ver na telona cenas estupidamente violentas e sangrentas... humor negro.
    Adorei os Bastardos inglórios - quem diria!!!
    PS - adoro o Travolta, principalmente dançando.

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  2. O Travolta tá totalmente solto nesse filme, nem parece que estava voltando de umas duas décadas de ostracismo... e prefiro ele dançando nessa cena com a Uma Thurman (aliás, adoro essa cena) do que em Saturday Night Fever.

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  3. Também comprei o cd. Aliás, vc me fez lembrar: onde tá esse cd? Em tempos de ipod e Internet, não sei do paradeiro dos meus cds pela casa.

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    1. Os meus eu até sei onde estão, mas não vou lá ver faz tempo... mas alguns viraram enfeite, refletor de placa de carro pra não levar multa, etc...

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