sexta-feira, 4 de maio de 2012

Star Wars (1977)

Eu ia deixar para queimar esse cartucho mais para frente, mas ouvi tanto falar de Star Wars hoje na internet que não teve como. Alguém inventou que hoje é "Star Wars Day", tudo por causa de um trocadilho da data de hoje (em inglês) com a frase mais famosa do filme: "May the 4th be with you" (pegou? pegou?) e a coisa se espalhou. Bom, que seja então. Não é como se fosse um enorme sacrifício falar desse filme. E ainda tem as continuações para render um pouco (se até o George Lucas faz isso, por que esse blog não pode?).

Confesso que a primeira vez que assisti Star Wars eu já era um pouco mais velho (apesar de ter nascido no ano de lançamento do primeiro filme - sim, primeiro, porque essa história de IV só veio depois e eu ainda acho que os filmes têm que ser vistos na ordem de lançamento e não na ordem cronológica da história). Um grande amigo de faculdade, o Flávio (ele sim um fanático pela saga, que já viu cada filme umas 50 vezes) me emprestou o VHS onde ele tinha gravado os 3 filmes quando passaram na Globo (século passado, amigos...).
Nesse caso, ter assistido tarde ao filme não diminuiu seu impacto, e 2 dos filmes estão entre os meus Top 20.

Falar sobre o filme em si seria redundância. Mesmo que não viu ou não gosta tem uma boa ideia do que se trata a história, e conhece os principais ícones da série, que já estão inseridos na cultura pop (a figura de Darth Vader, a frase "A long time ago, in a galaxy far, far away...", etc). O legal de discutir (e o que não sei se de fato alguém já entendeu de verdade) é como uma história interessante, bem filmada, com diretor e atores quase desconhecidos e orçamento limitado virou um sucesso de bilhões de dólares e transformou George Lucas em um poço de dinheiro ao ser o primeiro a apostar numa coisa até então desconhecida chamada merchandising.

A discussão passa na verdade por uma maior: qual o segredo de um filme bem sucedido? Como filmes descompromissados como Evil Dead e A Bruxa de Blair custam alguns milhares de dólares e são sucessos mundiais enquanto filmes de orçamentos milionários, atores famosos, diretores consagrados, naufragam miseravelmente? (como Pluto Nash, de Eddie Murphy, que custou US$ 100 milhões e faturou... US$ 4,4 milhões)

Claro que eu não sei a resposta. Dá pra imaginar que uma boa história, original e bem contada, ajude bastante. E isso Star Wars tem. O próprio George Lucas admite que nada ali é novo, tendo influências de faroeste, filmes de samurai e outros. Além disso, reconhecem-se muito facilmente os tais "arquétipos", o mocinho que não conhece sua origem, a mocinha destemida, o vilão absolutamente mau que esconde um segredo...
Luke, I´m your cousin.
Mas isso muitos filmes têm. Acho que o principal é a mudança, o ineditismo. Na década de 70, a ficção científica tinha um status obscuro, e os filmes eram "limpinhos" e carregados de filosofia e questionamentos sobre o futuro (até então, o mais famoso era 2001). Ter conseguido filmar uma ficção "pop" e que atingisse a todos foi o grande trunfo de George Lucas (assinar um contrato garantindo todo o lucro de merchandising também...). Ele, que nunca foi um grande diretor (tanto que o melhor filme da saga não foi dirigido por ele), acertou em cheio ao entender a geração em que estava e entregar o que eles esperavam. Grande mérito.

Enfim, não dá pra ignorar um fenômeno de massa como esse. O melhor então é se divertir com ele. Não espere um filme que vá mudar sua vida, nem dar lições de moral. Relaxe e divirta-se. Melhor do que entender o sucesso de um filme e assisti-lo e discutir suas opiniões. Aproveite o "Star Wars Day" e veja ou reveja um grande filme. Você não vai se arrepender (ou vai, mas faz parte).

E que a Força esteja com vocês... sempre! :-)

Nota: 9,0 (17o. na minha lista de filmes favoritos)

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