sexta-feira, 29 de junho de 2012

Feitiço do Tempo (Groundhog Day, 1993)


Já vou adiantando que essa é minha comédia favorita de todos os tempos. Daquelas que posso assistir quantas vezes for, e vou rir e adorar cada uma delas.

O filme conta a história de um homem do tempo egocêntrico e mal humorado (Bill Murray, novamente muito bem, passando muita credibilidade - e fazendo um pouco o papel dele mesmo) que vai contra a vontade cobrir, pelo quarto ano seguido, um evento que ele considera irrelevante (o tal Dia da Marmota). Chegando lá, na minúscula cidade de Punxsutawney, ele acaba tendo que passar a noite, devido a uma nevasca (a qual ele não tinha previsto, apesar de ser o homem do tempo) que fecha as estradas.

Ao acordar no dia seguinte, ele descobre que na verdade não é o dia seguinte, e sim o Dia da Marmota de novo. Tudo em sua volta acontece exatamente da mesma maneira que no dia anterior, e ele parece ser o único que percebe o que está acontecendo. É muito divertido todo o processo de ele primeiro entender o que se passa, depois passar pelas fases de duvidar, tentar entender, aproveitar, se desesperar.

Nesse ponto é que algumas soluções inteligentes de roteiro fazem toda a diferença. Você percebe essas coisas quando ouve o comentário do DVD. A decisão de não explicar o porquê dos dias se repetirem é ótima, pois tira o assunto da frente, não fazendo o filme perder tempo em explorar nada. Além disso, a dinâmica da repetição dos dias é muito bem escrita e editada, com partes fantásticas (ele decorando o que vai acontecer para se beneficiar, ou perguntando sobre a vida das mulheres para no dia seguinte fingir que as conhece).


Claro que com o tempo, ele começa a se tornar uma pessoa melhor, e a se aproximar de sua produtora (Andie McDowell), com a "maldição" de que a cada dia ela volta a vê-lo como um insuportável e mimado ex-famoso. Aliás, vários atores estão muito bem: tanto Bill Murray (um dos melhores comediantes que conheço, especialmente nesses papéis mais cínicos), Andie McDowell, como alguns coadjuvantes, como o amigo que vende seguros, o câmera, e outros. Mas o destaque são mesmo as situações causadas pela repetição dos dias: a mesma música tocando no alarme todo dia, ele tentando se suicidar para quebrar o ciclo, aprendendo a tocar piano, fazer esculturas de gelo, e tal. É, de fato, apesar da premissa relativamente batida, um filme muito original e engraçado, e que faz pensar. Afinal, quem já não se sentiu preso na mesma realidade dia a dia...?

Nota: 9,5 (5o. colocado na minha lista de filmes favoritos)

2 comentários:

  1. Queria que um dia saber: qual é o seu filme favorit0? (Achava que ia ser esse)

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    1. Um dia eu falo sobre ele aqui. Tem que fazer algum suspense...

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