segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (Lord of the Rings: Fellowship of the Ring, 2001)


Fiquei na dúvida se falava sobre O Senhor dos Anéis como uma coisa só, ou dividia, com um post sobre cada um dos filmes. Acabei decidindo pela segunda opção, por achar que tenho assunto suficiente para 3 posts, e além disso ganho tempo para rever todos (tarefa não trivial, já que, nas versões estendidas, que quero assistir, a soma dos 3 filmes é de mais de 12 horas...). Claro que por conta disso, os 3 posts obviamente não serão consecutivos (nem sei se minha escassa audiência aguenta 3 posts seguidos sobre a mesma série de filmes....).

Durante muitos anos, O Senhor dos Anéis foi considerada uma série de livros impossível de ser adaptada para o cinema, por sua complexidade, grandiosidade de cenários, número de personagens, e principalmente, pela já conhecida dificuldade de se transportar histórias entre mídias diferentes, no caso dos livros para o cinema. O Senhor dos Anéis, o livro, envolvia raças diferentes, com línguas diferentes, e uma história que remonta a diversas eras, com um nível de detalhes trazido por Tolkien que o tornava virtualmente "inadaptável".

A Sociedade do Anel, o primeiro filme da série, começa a mostrar, se não o melhor, mas um dos melhores caminhos para conseguir transportar uma história de tal dificuldade para o cinema. A calma para desenvolver a história é impressionante. Um dos principais problemas de se adaptar um livro é a como montar o roteiro de maneira a condensar a história porém a mantendo compreensível, evitando filmes que só são entendidos por quem leu o livro, fenômeno tão comum. Uma introdução bem feita, apresentação de personagens competente e a evolução da história em um ritmo compreensível ajudam muito. E daí que o filme fica com mais de 3 horas? O público de filmes de fantasia, em geral, quer ver o máximo possível de suas histórias favoritas, e essa noção mais recente de que a audiência não tem paciência para filmes longos é risível (e deu origem a aberrações como a divisão de filmes visando mais lucro, como em Harry Potter, Crepúsculo e, infelizmente, O Hobbit).



Destaquei essa calma em desenvolver a história como um dos pontos principais que tornam A Sociedade do Anel um ótimo filme, e uma ótima adaptação, porque não vejo muita gente falando sobre isso, mas obviamente não é só isso que garante o sucesso do filme. As atuações são muito seguras (apenas acho Christopher Lee como Saruman um pouco caricato demais, mas Ian McKellen, por exemplo, é espetacular), a fotografia é absolutamente fantástica (especialmente em HD), e os efeitos visuais são absolutamente orgânicos, contribuindo com a história e não soando forçados. Ainda não há aqui as cenas grandiosas de batalha que veremos nos 2 filmes seguintes, mas algumas cenas (como a de Gandalf lutando contra o Balrog) são extremamente bem feitas. Da história não há nem o que falar, se baseando em um livro fantástico e sendo muito bem adaptada, como disse acima.

É um filme para todos? Obviamente não (minha mulher, que saiu no meio do cinema, que o diga), até porque é um gênero que atinge um público bem específico, mas tem alguns méritos inegáveis: trouxe o livro para todo um novo público (eu mesmo, que ouvi meu irmão falar dele por toda minha adolescência, só parei para lê-lo às vésperas do lançamento do primeiro filme), estabeleceu um padrão de qualidade difícil de ser batido para adaptações, e ainda criou uma saga belíssima, que deve figurar durante décadas com destaque nas listas de filmes mais importantes do cinema. Mais sobre a saga, nos futuros (e ainda sem data) posts sobre As Duas Torres e O Retorno do Rei.

Nota: 8,0

PS: Não podia deixar de citar aqui algo extremamente improvável, mas divertidíssimo. Não sou fã de funk, embora ache criativo, mas o vídeo abaixo é impagável. Afinal, não é todo dia que se vê um funk baseado em um filme como O Senhor dos Anéis. A letra é muito inteligente e pode ser lida aqui. Vale gastar uns 3 minutos e ver:




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