domingo, 14 de outubro de 2012

O Império Contra-Ataca (The Empire Strikes Back, 1980)


A piada seria melhor se fosse O Retorno de Jedi, mas resolvi continuar a série Star Wars com O Império Contra-Ataca depois de bastante tempo sem postar aqui no blog de filmes. E como eu adoro a série, e especialmente esse filme, não será difícil retomar a produção aqui.

Sequências de filmes, e trilogias, são um fenômeno relativamente recente na história do cinema. Segundo pesquisei, a primeira sequência registrada foi Fall of a Nation, de 1916, sequência direta do controverso Birth of a Nation, de 1915. Após isso, são poucos registros até 1974, quando O Poderoso Chefão 2 se tornou a primeira continuação a vencer o Oscar de Melhor Filme. Trilogias são ainda mais raras nos primeiros anos do cinema: há registro de 3 livros da série Frankenstein, que contavam um mesmo arco de história, sendo adaptados para o cinema na década de 30. No entanto, a primeira trilogia de sucesso foi mesmo Star Wars. Outra inovação de George Lucas no cinema, goste ou não.

Assim, trilogias passam a ser cada vez mais importantes no cinema atual, às vezes até de maneira exagerada.  Com isso, podemos analisar um pouco como elas se estruturam: em geral, o primeiro filme é feito quando ainda não se sabe que vai haver uma trilogia. Portanto, tem início, meio e fim definidos. O último filme encerra a história, então também é tranquilo. O problema em geral é o segundo filme. Não tem que apresentar os personagens, e em geral também não tem um fim propriamente dito. Isso faz com que os "filmes do meio" acabem perdendo atratividade.

Mas esse não é o caso de O Império Contra-Ataca. George Lucas, naquela época, sabia que seu forte não era a direção, e portanto chamou um diretor mais experiente, Irvin Kershner, para o segundo filme da saga. Também ainda não tinha a pretensão de fazer um filme infantil, portanto (apesar de Yoda, um personagem mais "muppetizado") não aliviou a história, colocando por exemplo Ewoks ou um (argh) Jar Jar Binks da vida.

Com isso, o filme pega a história de Star Wars e a leva para outro patamar, muito mais profundo e sombrio. Darth Vader aqui não é mais apenas um vilão de capacete engraçado, toda a estrutura de poder do Império (e a dos rebeldes também) é caracterizada, e a ameaça torna-se muito mais concreta. O "contra-ataque" do Império é coordenado e eficaz, culminando com algumas das passagens mais emblemáticas de toda a série: o congelamento de Han Solo em carbonite ("Eu te amo" / "Eu sei"), e, claro, a cena mais icônica de todas: a esperada luta entre Darth Vader e Luke Skywalker.

I am your father! Join me, and we´ll rule the galaxy as father and son.

E essa cena é exatamente a razão pela qual, um dia, quando eu for mostrar os filmes para minha filha, vou mostrá-los como devem ser vistos, fora da ordem cronológica, com a trilogia clássica primeiro (e se der tempo, depois a trilogia mais nova). Que graça tem ver essa cena sabendo que Darth Vader já foi um menino cabeçudo, já foi um ator ruim, já teve midichlorians, já namorou a Natalie Portman e já foi burro de matar o Samuel L. Jackson? (sim, com spoilers. quem não viu esse filme ainda, gente?)

E é assim, da maneira mais sombria possível, com Han Solo preso, Luke Skywalker sem mão, e com toda a esperança perdida, que o filme acaba. Melhor impossível, certo? Não, pode ser ainda melhor: basta incluir o tema de vilão mais épico da história do cinema, a Marcha Imperial.



How cool is that? Não tem como você ser um vilão melhor que Darth Vader. E não tem como uma continuação ser melhor que O Império Contra Ataca. Pena que depois disso, George Lucas meio que desaprendeu....

Nota: 9,7 (3o na minha lista de filmes favoritos)

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