quinta-feira, 2 de julho de 2015

Rocky Horror Picture Show (1975)


Ressucito mais uma vez o blog para falar de outro musical, um que inclusive assisti com bastante atraso: Rocky Horror Picture Show. O filme, baseado em um musical inglês de Richard O'Brien (o ator que faz o Riff Raff na história), é "levemente baseado" na história de Frankestein. Um casal de noivos (Barry Bostwick e, sim, Susan Sarandon) tem o carro quebrado em uma estrada escura e busca auxílio em um castelo. Ao chegar lá, são recebidos pelo Dr. Frank N. Furter, um travesti alienígena que acaba de criar um ser vivo para seu prazer.


O resto do filme se passa dentro do castelo, e conta, de maneira tresloucada, a história do doutor, sua vinda para a Terra, e fala de outros personagens também. Tudo com muita música, claro, afinal falamos de um musical. E é bastante divertido, as músicas (e a história, por que não?) são cativantes, e você se pega se perguntando onde aquela doideira toda vai parar.

Mas o mais interessante desse filme é saber como aconteceu o sucesso dele. Foi um fracasso completo em seu lançamento - o diretor conta que foi a uma sessão no meio do dia e era a única pessoa na sala - até que um cinema em San Francisco resolveu colocá-lo em sessões da meia-noite, tradicionalmente reservadas para filmes B ou em reapresentação. Aí sim iniciou seu sucesso. As sessões começaram a lotar, e os donos das salas percebiam que as mesmas pessoas voltavam várias vezes. Essas pessoas começaram a vir fantasiadas, a decorar as falas, e a imitar as coreografias conforme elas aconteciam na tela.


"Time Warp", por exemplo, o primeiro número depois que eles entram no castelo, foi colocado no musical apenas para encher linguiça, já que a duração estava muito curta. Foi um sucesso. Com o tempo, toda uma mitologia foi sendo desenvolvida pelos fãs para assistir o filme no cinema. Falas em resposta aos diálogos do cinema foram desenvolvidos, e até um "kit" de acessórios foi criado, contendo coisas como arroz (para ser atirado na cena do casamento), água (para a cena da chuva), torradas (toasts, para a cena do brinde), e assim por diante. E tudo isso sem internet e sem home video.

Com isso tudo, é considerado por muitos o maior filme cult de todos os tempos. Foi capaz de desenvolver uma base fiel de fãs, que até hoje mantêm vivo o universo criado no filme. Muito antes de Star Wars, Star Trek e outros (basta dizer que é hoje o recordista de filme há mais tempo em cartaz ininterruptamente no mesmo cinema - mais de 40 anos, em um cinema alemão). Pra mim, é um caso muito curioso de mobilização em torno de algo, de encontrar um grupo de pessoas que divide os mesmos gostos e tornar isso uma experiência legal. Ah, e o filme é muito bom, vejam com carinho :-)


Nota: 7,5

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